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Desde sua inauguração em 1968, o Modelódromo do Ibirapuera, na praça Dwight David Eisenhower, recebeu os mais importantes campeonatos de aeromodelismo de Vôo Circular Comandado (VCC) do Brasil, além de abrigar o que há de melhor no nautimodelismo e no ferreomodelismo
 
 

O aniversário de 40 anos do Modelódromo do Ibirapuera, em São Paulo
UMA HISTÓRIA PARA SEMPRE

O relato da luta pela construção nos anos 60, o apogeu e os problemas nos anos 2000 na visão de um dos seus criadores, com sugestões para resolvê-los.

Foto: Hobby News
Demais imagens: Acervo do autor

Wálter Nutini

Estávamos no ano de 1966, chegando de uma viajem ao Campeonato Sul-Americano de Aeromodelismo, em Buenos Aires, Argentina. O avião era do Correio Aéreo Nacional (CAN), especialmente cedido para o evento pela Aeronáutica. O aeroporto, Congonhas. Como sempre, havia repórteres em busca de alguma notícia do dia e ao nos ver chegando com nossos aeromodelos, alguns troféus e uma equipe toda uniformizada, queriam como curiosidade saber do que se tratava. Eu chefiava a turma e, mais ou menos rapidamente, informei sobre o campeonato, explicando as varias modalidades em disputa. O mais difícil era falar sobre aeromodelismo, muito desconhecido para a maioria das pessoas e dos repórteres.

Fizeram uma pergunta muito interessante: “Vejo aí muitos troféus, vocês ganharam tudo?” Ai começou meu grande problema e, talvez, a historia do Modelódromo do Ibirapuera. Aproveitei a oportunidade para soltar a língua. Das 10 modalidades em disputa, vencemos 4 e, no total, o Brasil ficou em terceiro lugar, entre cinco paises participantes. Nas disputas individuais, pior ainda, pois só conseguimos dois primeiros.

 
 
 

O Tanque Guilherme Pinheiro Scott, no Modelódromo, é mantido pela Associação Paulista de Nautimodelismo, com um calendário sempre intenso de eventos para as  diversas categorias da modalidade – Fotos: APN
 

Como a conversa estava boa e nós estávamos esperando o ônibus, um repórter, acho que com pouca matéria naquele dia, percebeu em minha voz uma queixa e um desabafo. “Porque tão pouco? Vocês são tão ruins assim no assunto?” Aí, não gostei. Informei que não tínhamos sequer onde treinar, nossas pistas foram tomadas pela Prefeitura. Não tínhamos equipamentos que na época, grande parte, trazíamos escondidos do exterior – não se fabricavam no Brasil. E por aí afora. Reclamei tudo o que achei ter de direito. Afinal, em muitos anos de atividade como esportista ou como dirigente, desde 1944 (Meu Deus! Quanto tempo!) nunca havia lido em algum jornal ou revista algo sobre aeromodelismo. Não me preocupei com minhas palavras, pois no máximo o que poderia acontecer era sair uma pequena notícia num rodapé escondido do jornal. Ledo engano.

No dia seguinte, fiquei curioso para saber se tinha saído algo na Gazeta Esportiva ou outro periódico. E lá estava em um deles em letras garrafais: “A Prefeitura de São Paulo, não ajuda o aeromodelismo e a equipe brasileira sofre grande derrota na Argentina”.Que susto!

Não deu outra. À tarde, recebi um telefonema do chefe de gabinete do prefeito de São Paulo marcando uma entrevista para o dia seguinte. Lá fui eu, mais por curiosidade, pois em minha vida nunca havia falado com alguém de tal importância.

Na hora exata, abriu-se a porta do chefão e solicitaram que eu entrasse. O então prefeito, brigadeiro José Vicente de Faria Lima, homem da aeronáutica, de cara fechada, foi direto: "Foi você quem deu uma entrevista aos jornais sobre o Sul-Americano? Quando foi que algum dirigente ou esportista do aeromodelismo me pediu algo? É uma acusação séria e quero saber do que se trata."

 
Projeto original de 1967 (clique na imagem para ampliá-la)
 
 

Esclareci que há muito tempo tínhamos um local perto da avenida IV Centenário, uma pista especial e que sumariamente nos foi tirada pela Prefeitura. Lá se instalou um clube para cachorros. As razões eu não sabia ao certo. Tínhamos tentado falar com o prefeito, mas sempre as portas estavam fechadas. Não somos políticos e, para os cidadãos comuns, não é fácil conseguir uma entrevista. Ele rapidamente entendeu e as nuvens no céu desapareceram. Atentamente me ouviu e prometeu que iria nos contatar em breve.

Uns dias depois, o arquiteto da prefeitura Gilberto Caldas, por sorte meu amigo, chamou-me em seu escritório dizendo ter recebido a incumbência do prefeito para localizar na cidade uma área e projetar uma pista para aeromodelismo. Pediu minha ajuda nos detalhes e, aí, a coisa ficou fácil. Ele não conhecia bem o aeromodelismo, mas seu sócio no escritório, outro grande amigo, o também arquiteto Mário Monteiro, não só conhecia como praticava o esporte como hobby. Os desenhos seriam feitos pela assistente de Gilberto, Ayako Nishikawa, que mais tarde me presentearia com uma cópia da planta do projeto (ao lado).

Sempre com algumas revistas estrangeiras debaixo do braço, tivemos vários encontros. Eu provoquei: Que tal, ao invés de fazer apenas uma pista para aeromodelos, construir um Centro de Modelismo como em alguns países da Europa? Na América do Sul não havia nenhum. A idéia prosperou e em pouco tempo Gilberto já havia feito um esboço. O passo seguinte seria localizar um local adequado. Entre as várias opções oferecidas, a melhor sem dúvida era um terreno no Ibirapuera, que na época estava sujo e abandonado. E assim localizado, o esboço foi apresentado ao brigadeiro Faria Lima.

O prefeito, após algumas indagações sobre todas as modalidades, quis conhecê-las melhor. Enumerei-as: aeromodelismo, automodelismo, ferreomodelismo, plastimodelismo, nautimodelismo. Para comandar as atividades esportivas havia a Federação Paulista de Modelismo (FPM). O esboço foi aprovado na hora.

 
 

Cerimônia, na sala do prefeito Faria Lima, da assinatura do projeto de construção do Modelódromo do Ibirapuera
 

Em outra reunião, antes de entrar com o projeto definitivo, ele lamentou – tinha que cortar um pouco o tamanho do projeto. Tirar uma das pistas (inicialmente eram três) e o tanque de nautimodelismo deveria ser menor. As arquibancadas seriam também menores, mas foram projetadas em concreto para proteger principalmente contra o barulho dos motores nos modelos, evitando posteriores reclamações de moradores vizinhos. De baixo dessas arquibancadas, seriam instaladas varias salas – uma delas para reuniões e secretaria da diretoria, além das sedes da Federação, do ferreomodelismo, do automodelismo e do plastimodelismo. A razão pela qual parte do projeto foi cortado era que o Clube do Círculo Militar, na época, já ocupava uma parte da área dentro do terreno escolhido. O brigadeiro não queria problemas com o clube. Mas mesmo assim o projeto ficou ótimo.

Na mesma época, no Rio de Janeiro, o governador Carlos Lacerda, havia construído no aterro do Flamengo duas pistas de aeromodelismo e um tanque para nautimodelismo.

Assinatura – 26 de Junho de 1967

Fomos convidados a participar da cerimônia, na sala do prefeito, da assinatura final do projeto para a construção do Modelódromo. Foi-nos apresentada a planta, houve os discursos normais. Representando os aeromodelistas brasileiros, falou o então presidente da FPM, Antônio Emílio Carlos Naldoni. Ele expressou nossa gratidão e aproveitou para exibir vários troféus conseguidos no último campeonato sul-americano do Chile, naquele ano. O prefeito informou que, correndo tudo bem, talvez em 180 dias o Modelódromo estaria construído. Encaminhou para o seu secretario de Obras o processo nº 118.453-67 para aprovação e construção do centro. Sem dúvida, foi um dos dias mais felizes de nossa vida. Valeu a briga.

Pudemos acompanhar todo o esforço para a completa construção do centro. Contamos muito com vários amigos dentro da Prefeitura para agilitar, ora aqui ora acolá, qualquer problema que eventualmente acontecia. Na Secretaria de Parques e Jardins havia o diretor Diderot, sempre atencioso em nos atender, tanto a mim como com a minha esposa, Daisy, engajada que estava também, com ardor, para a concretização do sonho. Havia também outro grande amigo de sempre, futuro secretário de Esportes, Sérgio Barbour, derrubando todas as portas que porventura se fechassem a nós. Muitos amigos, das várias modalidades do modelismo, se prontificaram para apresentar idéias, projetos de construção e medidas oficiais para futuras competições e demonstrações, sem os quais certamente teríamos cometido muitos erros.

Inauguração – 6 de Abril de 1969

Era Dia da Páscoa. Com as presenças de dona Iolanda Faria Lima, do almirante Hélio Leite, comandante do 6º Distrito Naval, de William Leeds Wight, cônsul adjunto dos EUA, de secretários da municipalidade e um público numeroso, o prefeito Faria Lima iniciou as festividades de inauguração do Modelódromo. O presidente da FPM, Antônio Emílio Carlos Naldoni, discursou em agradecimento pelos modelistas, ressaltando o valor da obra, uma entre tantas executadas pelo brigadeiro, e o fato de estar ela incluída no Plano Municipal de Humanização e Expansão da Cidade do Futuro (São Paulo - Ano 2000). Ao finalizar, homenageou o prefeito com um modelo de avião PA-20, igual ao que o brigadeiro pilotara na FAB, e também com uma pequena locomotiva dourada.

Outros discursos se seguiram, tais como os dos secretários municipais Gesner Cunha (Serviços) e Tibiriçá Botelho (Turismo), do deputado Gióia Júnior e de William Leeds Wight, este agradecendo pela lembrança do nome do ex-presidente americano Dwight David Eisenhower para a bela praça escolhida para o Modelódromo.

Em linguagem clara e objetiva, o prefeito Faria Lima esclareceu que "o mérito da construção do Centro de Modelismo é do sistema de portas abertas, permitindo que o projeto da praça, todo brasileiro, fosse solicitado em cópia por autoridades do hobby de Londres e de Buenos Aires". Disse ainda que o nome da praça fôra escolhido espontaneamente em vista do fato de o modelismo ser o hobby de Eisenhower e em homenagem homem que, além de ter sido o comandante supremo das Forças Aliadas na Europa, durante a Segunda Guerra, foi reitor de uma universidade de Nova York, duas vezes presidente de seu país e, acima de tudo, "exemplo de pessoa humana e de dignidade".

 
Cenas da inauguração do Centro de Modelismo: grande público e muitos modelos; cumprimentos ao brigadeiro Faria Lima; nautimodelismo e discurso na entrega da Praça Eisenhower
 
 

No final da cerimônia, foram feitas demonstrações de aeromodelos, barcos veleiros, lanchas, “old timer”, transatlânticos, automodelos e trenzinhos elétricos. Enfim, foi o melhor presente de Páscoa que poderíamos receber.

Alambrado

Pouco tempo após a inauguração o nosso amigo prefeito Faria Lima viria a falecer, infelizmente para nós. A licitação e os orçamentos para a construção do alambrado de proteção em torno das pistas não tinham sido ainda aprovados. A coisa se complicou. O assunto passou a depender do novo prefeito nomeado, Paulo Salim Maluf (naquela época não havia eleição direta para prefeitos das capitais de Estados). Ninguém conseguia falar com o cidadão. Eu, muito menos. Sendo assim, o problema da proteção ficara sem solução.

Semana da Asa – 1969

Transcorria o ano de 1969 quando, em meados de junho, então como presidente da Associação Brasileira de Aeromodelismo (ABA), fui convidado para uma reunião a realizar-se no 4º Comando Aéreo, juntamente com todas as personalidades representativas do setor aeronáutico. No anfiteatro, sob o comando do brig. José Vaz da Silva, foi pedido a cada setor da aviação que apresentasse idéias e colaboração para a comemoração do Dia do Aviador, em 23 de Outubro, na Semana da Asa. Cada um dos presentes sugeriu algo. Por exemplo, a Vasp soltaria pequenos triângulos de prata sobre a cidade; saltos de pára-quedas; balonismo; vôos a vela; na Sadia (antecessora da Transbrasil) suas aeromoças falariam sobre a data para os passageiros a bordo das aeronaves em vôo; os aeroclubes fariam revoadas e assim por diante. Todos, dentro do possível, queriam cooperar.

Finalmente, lembro-me do brigadeiro apontando para mim, com sua baqueta de comandante. Eu, que num cantinho permanecia calado! Ele indagou: "Meu jovem (na época eu tinha cabelos escuros), você aí, o que representa e o que pode nos oferecer?". Então, arranjei outro problema: "Senhor brigadeiro, represento o aeromodelismo e nada posso fazer, pois para tal não conto com o apoio das autoridades, inclusive da Aeronáutica". Após essa minha repentina mal-criação, o brigadeiro, certamente constrangido, pediu licença aos demais e terminou a reunião agradecendo a presença de todos. Apontou para mim pediu que o acompanhasse. Pensei comigo mesmo: "Estou preso!"

Entramos na sala do comandante. Sentamos bem longe um do outro e, impaciente, o brigadeiro questionou: "Qual é seu problema e porque a resposta agressiva?" Calmamente, dentro do possível, fui contando minhas agruras. Hoje, analisando o fato, acho que mais parecia um discurso: "Senhor comandante, tenho acompanhado todas as ultimas festividades da Semana da Asa e, se me permite, normalmente fala-se um pouco de aviação, coloca-se uma coroa de flores na cabeça da estátua de Santos Dumont, realizam-se alguns vôos de exibição e tudo termina com um grande baile oficial para as autoridades participantes, civis e militares. Onde ficam os jovens? O futuro da aeronáutica está neles e nada se oferece a eles em especial, como vôos panorâmicos e abertura das bases aéreas para mostrar nossas aeronaves que muitos temem em utilizar com medo do bicho voador. E o aeromodelismo, que a é o micróbio para vocação aeronáutica, como é que fica? Vou dar um exemplo: conseguimos após muito trabalho junto ao prefeito da cidade de São Paulo, brigadeiro José Vicente Faria Lima, um homem também da aeronáutica, aqui ao seu lado no Ibirapuera a construção de um Centro de Modelismo. Com o falecimento prematuro do grande amigo, a obra, embora já inaugurada, ficou incompleta. Ficou faltando o alambrado de proteção para os aeromodelos poderem voar sem perigo – para os próprios pilotos e para o público nas arquibancadas. O senhor pode imaginar o que aconteceria se um aeromodelo voando acima de 200 quilômetros por hora se desligar do piloto por imperícia ou quebra e ir direto para cima das pessoas presentes. Eventualmente haveria feridos. Como a imprensa sensacionalista veria o assunto? Seria o nosso fim após tanta luta!"

 
 

O brigadeiro José Vaz da Silva, na re-inauguração do Centro de Modelismo do Ibirapuera, na Semana da Asa de 1969
 

E disse mais: "Posso, senhor brigadeiro, promover na Semana da Asa um grande campeonato nacional ou demonstrações de todos os tipos de modelos. Este sim seria um belo programa para a juventude, mas sem os alambrados não me atrevo a fazê-lo. Já tentamos falar com o atual prefeito e nada dele nos atender. Esse é o problema".

Mais uma vez, vi as nuvens se dissiparem. O comandante, que tinha vários telefones na mesa, pegou um vermelho e discou direto para o prefeito Maluf. O dialogo foi mais ou menos assim: "Meu querido Paulo, como vai a família? Tudo bem? Ótimo! Estou aqui com um jovem impertinente do aeromodelismo e ele diz que não consegue falar com você. É sobre um alambrado no Centro de Modelismo do Ibirapuera". Virou-se para mim e disse: "Ele acha que mais parece uma tela de galinheiro, é isso?" Retruquei imediatamente. Disse que pedi um alambrado como de um campo de futebol, igual ao do Pacaembu, e expliquei porque teria de ser tão forte. Com paciência, o brigadeiro melhorou a conversa com o prefeito e disse que era importante para a festividade da Semana da Asa, em outubro. Para a re-inauguração, ele propôs que traria a banda militar da Base Aérea de Cumbica, ofereceu alguns ônibus para trazer crianças das escolas municipais e disse que iria buscar o prefeito e família em seu helicóptero pessoal, pousando no dia previsto, diretamente dentro do Modelódromo.

Incrível, mas na semana seguinte uma quantidade enorme de caminhões e trabalhadores estavam mobilizados para a construção do alambrado, tal como havíamos solicitado.

E realmente assim aconteceu. A grande festa foi armada. Linda!

 
O prefeito Paulo Maluf discursa na re-inauguração do Centro de Modelismo, observado pelo brigadeiro José Vaz da Silva
 
 

E assim terminou a história da construção deste que certamente é o maior centro de modelismo da América do Sul. A imprensa falou sobre o assunto durante vários dias. Com tamanha publicidade, prefeitos de muitas cidades pediram cópias do projeto. Inclusive do exterior, como o brigadeiro Faria Lima havia dito – Londres e Buenos Aires.

São Paulo, o Brasil e nossos jovens mereciam e merecem. Gostaria nesta oportunidade de agradecer a colaboração e paciência de muitos amigos, cujos nomes infelizmente minha memória não permite citar. Em especial à minha esposa, que com sua atenção e ajuda nos momentos mais difíceis permitiu que parte de nosso tempo no trabalho fosse dedicado a um serviço para a juventude. Esta não tem muitas opções de laser e instrução e só o modelismo – o aeromodelismo em especial – pode fomentar a vocação para a aeronáutica.

Sustos e desventuras

Passaram-se os anos. A FPM teve vários presidentes, alguns bons, outros nem tanto. Mas o importante é que o Centro de Modelismo permaneceu funcionando. Algumas vezes fui procurado para resolver algo mais grave por ser eu um dos veteranos, criador do Centro e também por eventualmente ainda ter contato com autoridades. Numa dessas ocasiões telefonaram-me pedindo que fizesse algo urgente.

O clube Círculo Militar tinha aberto uma entrada no muro que divide o local. Tudo fazia crer que iriam ocupar nossa área. Realmente era essa a intenção: expandir o clube. A prefeita era Luiza Erundina. Liguei para o comandante do 4º Comando Aéreo, na época, um particular e excepcional amigo, major brigadeiro do Ar, Sócrates da Costa Monteiro. Contei-lhe o problema e pedi sua ajuda. Imediatamente ele agendou um encontro com a prefeita. No dia seguinte, fui à Prefeitura com um auxiliar direto do brigadeiro. Fomos muito bem recebidos, com a presença de um advogado e do secretário de Esportes e Turismo, Juarez Soares. Após nos ouvir atentamente, a prefeita pediu ao secretario que se fizesse um documento cedendo oficialmente o uso do local para o Centro de Modelismo, pelo prazo de 40 anos, sob a tutela da FPM. Rápida e rasteira, sem muita conversa e extremamente prestativa. O muro foi fechado. Fim do problema.

O Decreto nº 31.343, de 20 de Março de 1992, revigorou o Decreto nº 17.149, de 26 de Janeiro de 1981, que permitiu o uso de área municipal por parte da Federação Paulista de Aeromodelismo, revogando o Decreto nº 22.243, de 23 de Maio de 1986.

Pouco depois, o major brigadeiro Sócrates Monteiro seria promovido a tenente brigadeiro e, mais tarde, seria ministro da Aeronáutica.

 
 

Foto da Folha de S. Paulo: a vala para exibições de jipes e outros veículos Off-Road
 

Estamos em 2006

Abro a Folha de S. Paulo e vejo que alguns dos dirigentes do Centro haviam permitido a abertura de uma vala enorme para exibições de jipes e outros tipos de veículos Off-Road. Sem autorização da prefeitura. Como não poderia deixar de acontecer, o sub-prefeito de Vila Mariana, setor que administra o local, mandou interditar o Centro até que colocassem no lugar o que fora destruído e que os atuais dirigentes se enquadrassem nos novos regulamentos (ótimos, na minha opinião), por exigência da nova legislação municipal para o setor.

Escrevi ao prefeito de então, José Serra, elogiando a atitude. Afinal, o local é só para uso do modelismo e para isso havia sido criado. Acho que, em razão da carta, fui convocado a dar esclarecimentos a uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI*) instalada na Câmara Municipal sob a presidência do vereador Aurélio Miguel. Lá compareci. Muitos desmandos e denúncias vieram à tona. Queriam saber a historia do Modelódromo. Relatei mais ou menos como o descrito acima. Sabatinaram-me por quase três horas. Tinha comigo alguns artigos de jornais, revistas e fotos. Solicitaram-me que deixasse copias para o arquivo da Câmara. Ficou tudo registrado nos anais.

Por meio de Sérgio Barbour, hoje chefe de gabinete da Fiesp e um dos companheiros e dirigente do Panathlon Club de São Paulo, solicitamos uma entrevista com o então secretário das Administrações Regionais, Wálter Feldman. Pedimos sua intervenção contra o mau uso e interdição do Modelódromo. Ele nos atendeu muito bem. Quis saber melhor dos nossos problemas e, de imediato, nos enviou ao sub-prefeito de Vila Mariana na época, Francisco Marsiglia. Este também nos recebeu muito bem e nos ouviu por duas horas. Mas até hoje (janeiro de 2008) infelizmente nada aconteceu.

 
A cidade e a juventude merecem este espaço que promove confraternização, esporte e ciência
Foto: Álvaro Caropreso
 
 

Chegamos em 2007

Com as eleições de 2006 para o governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo muitos postos foram alterados. Os anos vão se passando e me fica o temor de que todo o trabalho, lutas e conquistas se desmoronem por falhas humanas de dirigentes do modelismo e das atuais autoridades, que talvez não tenham compreendido bem o valor do Centro de Modelismo para a juventude paulistana e para a cidade.

Críticas e sugestões

As criticas, boas ou más, sempre ajudam, mas de nada servem sem sugestões para correções. Eis algumas:

• A Prefeitura deveria de imediato nomear um interventor de sua inteira confiança, conhecedor do assunto, e dar-lhe um prazo de 90 dias para contatar os atuais dirigentes do Centro, enquadrá-los nas ótimas leis existentes para uso do local e seu funcionamento adequado. Uma vez sanados os problemas de administração e uso, fiscalizar e criar condições para que o logradouro seja novamente uma das melhores áreas de laser da cidade. Perseguir seu objetivo principal, ou seja: trazer jovens para conhecer e praticar as varias modalidades salutares e esportivas do modelismo.

• As autoridades da Aeronáutica e da Marinha sempre apoiaram e tiveram interesse em cooperar com os eventos do Centro, sabedoras que são de que essas práticas são formadoras de vocações entre os jovens em suas especialidades.

• Pedir apoio ao consulado americano. Afinal, a praça foi batizada com o nome do presidente Eisenhower. O pedestal e a placa de bronze com os nomes homenageados simplesmente sumiram...

• Modificar o uso do local por erro de dirigentes do modelismo e desatenção dos atuais homens públicos seria uma loucura, um preço muito alto para a historia do Centro de Modelismo do Ibirapuera - Modelódromo de São Paulo.

Convite e frustração

Entreguei este histórico ao Panathlon Club de São Paulo, do qual faço parte, entidade formada por esportistas de todas as modalidades que tenham prestado serviços relevantes ao esporte brasileiro. Como aeromodelista, fui brindado a pertencer ao grupo. Há dez anos faço parte também de sua diretoria.

Por intermédio do Panathlon, este documentário foi levado ao agora secretário municipal de Esportes, Lazer e Recreação Wálter Feldmann. Isto ocorreu em cerimônia na qual o secretário foi homenageado no Clube Esperia. Dias depois recebi um telefonema do secretário, que agradecia o histórico e dizia concordar plenamente que o Modelódromo do Ibirapuera deveria sofrer uma intervenção. Perguntou-me se eu poderia indicar um interventor. Declinei, pois seria muita responsabilidade indicar alguém que no futuro viesse comprometer a indicação com problemas tais como: uso do cargo para política, benefícios financeiros ou vaidade pessoal. Diante da negativa, perguntou-me o secretário se eu poderia ser esse interventor por 90 dias. Titubeei, mas após alguns segundos julguei que, depois de tanta luta, era uma obrigação aceitar. Porém, esclareci que aceitaria o cargo desde que sem nenhum dispêndio para a Prefeitura. Isso aconteceu em abril de 2007. Até hoje (janeiro de 2008) aguardo esta convocação, ainda não formalizada.

Em agosto de 2007, escrevi uma carta ao secretário Feldman solicitando data para possível entrevista a fim de saber como ficou o convite formulado. Em resposta, recebi uma gentil missiva, datada de 29/08/2007, a qual comunicava-me que o espaço dedicado ao aeromodelismo ficara a cargo da Federação de Modelismo Desportivo do Estado de São Paulo, por meio de seu presidente, Benedito Rodrigues Filho.

Em resposta a essa carta, enviei nova correspondência ao secretário, cujo teor está aqui resumido e com o qual encerro meu relato sobre a história do Modelódromo do Ibirapuera:

"Prezado sr. secretário,

Quero agradecer a pronta resposta referente minha carta de agosto p.p.

Pelo que deduzi (...) uma das modalidades, o aeromodelismo, já tem seu representante. Acredito que as outras quatro também estejam definidas. Fico feliz.

Quando fui convidado telefonicamente pelo amigo para colaborar a solucionar os problemas relacionados ao bom uso daquele local pelos modelistas, procurei analisar a situação de cada tipo de utilização, de acordo com a modalidade específica (...).

Se me permitir, gostaria de aproveitar o levantamento que fiz (para) apontar os problemas e as sugestões para o saneamento dos mesmos.

Na gestão de Serra na Prefeitura, quando o sr. era secretário das Administrações Regionais, foi elaborado um documento que seria o guia para todos os CDMs, documento este muito bem fundamentado e que dava todas as indicações de como deveriam funcionar e se enquadrar as entidades dentro das normas. Estas deveriam cuidar do patrimônio posto a disposição dos seus esportistas. Se este documento ainda é valido, e espero que sim, é realmente uma bela ferramenta para que todos os dirigentes se enquadrem e passem a desfrutar das regalias oferecidas pela Prefeitura. Com seus deveres, direitos e obrigações.

HISTÓRICO

Quando da inauguração daquele local, há quarenta anos, ficou estabelecido pela Prefeitura que a Federação Paulista de Modelismo, hoje extinta, se responsabilizaria pelo seu bom uso e guarda. Em princípio, foram selecionadas cinco modalidades ou seja: aeromodelismo, automodelismo, ferreomodelismo, plastimodelismo e nautimodelismo. Entre as cinco modalidades houve uma eleição para se designar um presidente do Centro, o qual seria substituído anualmente, em Assembléia. Sempre seria eleito um novo presidente diferente da modalidade anterior a fim de evitar o continuísmo e permitir a correção de erros e metas. E assim aconteceu, com bons e maus dirigentes, o que é normal dentro do esporte nacional.

A FPM foi extinta pelos seus diretores e foi criada a Federação Paulista de Aeromodelismo (FPA). Uma burrice. Ao invés de aglutinar forças, estas foram separadas. Muito cacique para pouco índio. E aí iniciou-se a balburdia. Quem manda mais e no que?

Qual a situação atual?

O ESPAÇO

O espaço é mal aproveitado. No local cercado, em frente da rua Curitiba, hoje usado como cachorródromo, sujeira não falta. Ele foi, inclusive, alugado para exposição e concursos de pitbulls com som nas alturas. R$ 600,00 por evento. Que bom para a vizinhança! E só reclamação para a Prefeitura, um desaforo para a cidade.

Para esse local estava prevista uma pista para automodelos radiocontrolados ou uma ferrovia em escala maior para uso dos freqüentadores mirins. Sim, estas máquinas movidas a vapor, construídas pelos ferreomodelistas, conseguem puxar vários vagões com os passageiros cavalgando-os. Uma bela idéia que ainda está de pé.

Como a área remanescente do entorno é bem grande, o ideal seria, através de concorrência pública, licitar e terceirizar o aluguel e a guarda para um estacionamento. Com a comissão da arrecadação desse aluguel resolver a falta de recursos mencionados na sua missiva.

Os que se utilizam da área para a prática de cada esporte teriam um valor menor a pagar, simplesmente apresentando uma carteirinha de identificação da entidade a que pertencem. Dois problemas seriam solucionados: primeiro, obrigando a que se identifiquem os praticantes, prestigiando seus clubes; segundo, auferindo recursos para as despesas de uso do local. O estacionamento poderia também ser usado todos os dias pela vizinhança que carece desse serviço na redondeza, cobrando-se deles um valor maior. É evidente que a identificação seria só para os motoristas e não para o público que se dirige ao local para apreciar os eventos. Ponto para a Secretaria e sua administração.

INSTALAÇõES – Projeto inicial

Debaixo das arquibancadas de concreto foram construídas várias salas. Uma para uso de cada modalidade (5). Uma sala para a diretoria do Modelódromo, onde se instalou a secretaria e para reuniões. Atualmente, quando há assembléias, os diretores reúnem-se em botecos ou na lanchonete. Há dois banheiros. Uma casa para o zelador. Hoje esta casa está sendo usada por pessoa estranha ao local. Em baixo, no nível das pistas, foi previsto um espaço para uma lanchonete.

Tenho em meu poder a sua disposição as plantas originais aprovadas e construídas pela Prefeitura.

SITUAÇÃO ATUAL

Estacionamento – Está proibido o uso do local para estacionar automóveis, exceto nos dias de competição, com pedido antecipado para tal. Os modelistas que se utilizavam do estacionamento, muitas vezes levando modelos enormes, como aeromodelos em escala, barcos motorizados e custo elevado, agora evitam de freqüentar o Centro pelo desconforto ou receio da quebra ou roubo de seu trabalho por pessoas estranhas ao hobby. Os modelos motorizados necessitam de baterias pesadas de automóvel e alguns modelos pesam mais de cinco quilos. Deveriam ficar próximos ao local de utilização.

Nautimodelismo – Ainda sesta semana (setembro de 2007), ao passar pelo local, vi pessoas lavando roupas e tomando banho no tanque de nautimodelismo. Isso tem ocorrido inclusive nos finais de semana quando o tanque é mais utilizado. Os nautimodelistas são ameaçados com freqüência com a quebra de seus modelos.

A água fica poluída e ainda recentemente o tanque foi interditado e proibido o seu uso. Puro abandono.

Aeromodelismo – Há duas pistas que servem inclusive nas competições mais importantes, tais como os campeonatos nacionais onde se classificam elementos para representar o Brasil nos campeonatos mundiais. Havia uma sala para a diretoria desta modalidade, depósito de materiais de competição e secretaria. Esta bela sala era usada também pela FPM para suas reuniões e como secretaria.

A sala foi derrubada e cedido o local (por quem?) para aumentar as maquetes dos ferreomodelistas, que já possuíam seu espaço. Tenho em meu poder o decreto que permitiu este desvirtuamento do uso local em prejuízo de uma das modalidades. A solução seria obrigar aquela modalidade a reconstruir a sala por sua conta, mesmo que tivesse sido naquela época autorizada pela Prefeitura a derrubá-la.

Hoje, os dirigentes do aeromodelismo se utilizam de um trailer ao lado das pistas, cedido por um aeromodelista, onde mal conseguem colocar um ajudante e sua mesa durante as competições.

Automodelismo (modalidade de fenda, ou "Autorama") – De acordo com uma CPI na Câmara Municipal, os dirigentes do automodelismo que se pratica no recinto mantêm uma entidade com fins lucrativos fugindo das regras emanadas pela Prefeitura. Não sou contra esta profissionalização, mas deve ser feita uma concorrência pública transparente para a escolha da empresa ou entidade que pagar o maior aluguel pelo uso do patrimônio. Com esse aluguel se pagariam parte das despesas do Modelódromo. O equipamento (pista de "Autorama") é de propriedade do Modelódromo e foi doado na ocasião da inauguração pela fábrica ESTRELA. As eventuais melhorias foram bancadas pelo diretor da modalidade.

Lanchonete – Foi instalada uma lanchonete sem, ao que se saiba, nunca ter sido feita uma licitação pública para uso do espaço e a cobrança do respectivo aluguel. Sempre houve acordo amigável entre interessados. È outra fonte de renda mal aproveitada.

A transparência é fundamental no bom uso das verbas.

Estatutos – Foram elaborados novos estatutos para a formação da direção do CDM, de acordo com exigência do documento da Prefeitura mencionado acima. Entretanto, o mais importante é que deveria ter sido feita uma Assembléia, em 30 dias, para eleição dos dirigentes, com convocação geral de todos os modelistas e seus clubes. Isto foi feito no arrepio da noite, apenas entre os próprios dirigentes que, ao que se sabe, elegeram-se sem dar oportunidade para renovação. Tenho em meu poder muitas reclamações e denúncias feitas através da internet. Estas ficam a sua disposição para analise. Como já esclareci anteriormente, procuram-me nas horas mais difíceis do modelismo usando este meio de comunicação, por ser eu um veterano e criador do Modelódromo.

Despesas e falta de recursos para manutenção – Foi aprovada em reunião que as despesas seriam divididas por igual entre as cinco modalidades. Analisemos: O aeromodelismo, que necessita ser reconhecido pela Confederação Brasileira de Aeromodelismo, tem seus praticantes inscritos e regularizados no clube que dirige o local. São aproximadamente 40 praticantes. No nautimodelismo são cerca de 70. O plastimodelismo há outros 60. O ferreomodelismo tem cerca de 200. O automodelismo, conforme esclareci acima e foi apurado em CPI, tem uma renda acima de R$10.000,00 mensais. Só para o dirigente. Consta nos autos da CPI. É só consultar.

Como se pode avaliar, dividir as despesas por igual entre as modalidades é incoerente e absurdo. Com uma arrecadação inteligente, honesta e transparente daria para se pagar por exemplo: uma diretoria administrativa, zelador, com salários normais e empregados registrados e guarda para dar segurança ao local. Isto está previsto e sugerido no documento da Prefeitura mencionado anteriormente. Esse documento contempla também que se coloquem publicidades no local, sempre passando pelo crivo e análise do departamento competente. Tamanho, tipo e local de fixação.

Esta foi a razão pela qual eu havia pedido uma entrevista com o prezado amigo: apontar erros e sugerir soluções. Agora faço-as por escrito.

Acredito que este relato pode contribuir com sua administração e em especial para o bom uso do excepcional local onde se encontra o Modelódromo.

Não gostaria no futuro de ser chamado de omisso pelos modelistas que me procuram. Espero com isto preservar o modelismo na praça, aumentar o número de praticantes esportistas ou simples hobbystas e levar cada vez mais o público para desfrutar de um bom local de entretenimento."

(*) Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar eventuais irregularidades no cumprimento da Lei 13.718/04 - Centros Desportivos Municipais (RDP 030/2005) – Veja aqui as conclusões.
Ver também o relatório da CPI específico sobre as condições do modelódromo por ocasião de visita dos vereadores.

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Gilmar Andrade Leopaci, de Campo Grande, MS, comenta:
"Conhecedor do Modelódromo que sou nas épocas boas, jamais pude imaginar que as coisas estão a este ponto. Só podemos endossar as palavras do Wálter e torcer para que bagunça se arrume, pois a falta de interesse dos políticos no modelismo é bem compreensível: este esporte não dá voto."

Sylvio M. Maurício, de São Paulo, SP, comenta:
"Gostei muito da reportagem da história do Modelódromo do Ibirapuera e confesso que, como sócio da Associação Paulista de Nautimodelismo (APN), na época da crise fiquei completamente desorientado a respeito do que estava acontecendo. Esta reportagem naquela época seria muito útil.
Temos outra área com história perdida que é a da pista da antiga Associação de Aeromodelismo Albatroz, dentro do Centro Municipal de Campismo (Cemucam), em Cotia, na Grande São Paulo. Acho interessante levantar a história e promover o retorno da mesma, agora para o aeromodelismo elétrico, que vem tomando força e é silencioso."

Darci Unger Filho, de Santa Branca, SP, comenta:
"Sabem o porquê do descaso com o modelódromo e, em especial, com o aeromodelismo (uma vez que o primeiro somente surgiu por causa do segundo)? É porque a administração do local atualmente é feita por gente que não tem o aeromodelismo no sangue. São pessoas que ¨entraram¨ na modalidade nesta época dos ARFs e nunca cortaram uma chapa de balsa, nunca sentiram o cheiro penetrante da cola no nariz na hora de montar seu próprio avião, nunca lambuzaram os dedos com o tradicional papel e dope e nem sabem os fundamentos básicos de como um aeromodelo voa. Ou seja, pessoas que não têm traquejo. Excelentes pilotos, mas péssimos projetistas e construtores (é mais fácil comprar pronto).
Não quero correr o risco de ser totalmente injusto e malhar todos os modelistas que ora administram o local, pois um ou outro deve saber projetar e construir um aeromodelo, mas que o modelismo cada vez mais perde seu glamour de esporte-hobby-ciência, isso perde. Culpa de quem não tem habilidade para a coisa.

Eduardo de Almeida Rodrigues, de Florianópolis, SC, comenta:
"Há muito não sentia tanta angústia ao ler uma reportagem. Várias vezes enxuguei minhas lágrimas ao longo do relato que foi feito sobre a atual situação do Modelódromo.
Disputei vários campeonatos no Ibirapuera, conheci os melhores amigos que já perdi ou estão distantes... Arakeliam, Pascoal, André Gomide, Célio (Mobral), Sérgio Anbrogi, Alfredo, Carlos Tripodi etc. etc. Jamais conseguirei lembrar de todos... Entretanto, jamais esquecerei os momentos que vivi neste local.
As disputas nas modalidades que praticava (Acrobacia e Combate) que resultaram em sucessos que luto para manter em minha memória e os fracassos que me ensinaram a lutar com mais força para ser um vencedor "na vida", isso ninguém irá tirar de mim!
Infelizmente, esse é o reflexo de um povo sem história. Não aprendemos a preservar nosso passado e, portanto, não somos "mestres" de nosso futuro. Se deixarmos isso acontecer – o fim do modelódromo – será como apagar a história da nossa vida. LUTEM!!!"

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