Bob Aberle
Backyard Flyer, maio de 2005

A asa montada, as laterais da fuselagem e as cavernas prontas para a montagem final; à direita, a cola usada para fixar o pára-brisa e as janelas laterais de plástico

Gerald Zeigenfuse projetou uma pequena versão do Piper Cub e a publicou na edição de setembro de 1959 da Model Airplane New. Para celebrar os 75 anos da revista, o editor Dave Robelen pediu-me para atualizar

o projeto original de Zeigenfuse em duas versões para motor elétrico. Elas foram publicadas na edição de janeiro de 2004 da revista, junto com suas plantas em escala 1/1. O modelo menor tem 22 polegadas de envergadura, o maior tem 36 polegadas.

Eu desejava um modelo especificamente para um torneio de Escala cuja regra estabelece um limite de carga alar de 6 onças por pé quadrado. Depois de fuçar nos cálculos cheguei na configuração de 5,4 onças e superfície alar de 131 polegadas quadradas, o que significa 5,94 onças por pé quadrado, raspando o limite do regulamento. Então, eu modifiquei o capô e usei o esquema de cores amarelo e azul. Eis como surgiu o meu PA-11!

Não é difícil construí-lo com 5,4 onças de peso total nem é necessário recorrer a equipamentos de RC minúsculos. O motor escolhido foi um GWS B2C-B da série LPS, redução de 5:1 e engrenagens azuis. Com 0,44 onça, este motor é mais leve do que os da popular série IPS e é facilmente fixado em um montante cilíndrico de 3/16 polegadas de diâmetro.

A bateria de duas células de Li-Po HD FMA/Kokam de 340mAh pesa 0,88 onça. O motor puxa uma corrente de 1,2A a 8,06V para girar a 4.900 rpm uma hélice GWS 6x5. A potência de 1,48 watt por onça é suficiente para o PA-11 voar. O equipamento se completou com um micro-receptor FMA M5 de dupla conversão, dois micro-servos FMA PS-20 (leme e profundor) e um speed control Castle Creations Pixie-7P ESC (com voltagem de corte em 6V).
 

À esquerda, a asa ainda não entelada em que se vê os dois bloquinhos de madeira dura para ancorar os montantes, um dos quais na mesma foto; à direita, a asa provisoriamente fixada no avião para mostrar como o montante se posiciona; deve-se considerar que a asa será permanentemente colada na fuselagem

CONSTRUÇÃO

A estrutura de madeira é simples e requer muito pouco material. Selecione a balsa mais leve possível. A madeira mais pesada não é necessária em um modelo pequeno como este. Eu acho mais fácil começar pelas laterais da fuselagem e as cavernas e, depois, cortar e instalar os estabilizadores vertical e horizontal e suas superfícies de controle (leme e profundor). A entelagem usada é de plástico termoadesivo. As dobradiças são de fita porosa coladas com cianoacrilato (CA). O passo seguinte consiste em colar as peças do grupo de cauda na fuselagem.

À esquerda, o PA-11 parcialmente montado, sem que as partes tenham ainda sido definitivamente coladas; à direita, o equipamento de RC totalmente instalado, inclusive com as haste de comando em seus lugares; o speed control está na parte da frente, bem atrás da parede-de-fogo; os dois últimos passos são a instalação do trem de pouso e o fechamento do fundo e de cima da fuselagem com chapa de balsa de 1/32 polegada

Depois, foi instalado o equipamento de RC (receptor e servos), o motor, o speed control e as duas hastes de controle (arames de 0,025 polegada de diâmetro inseridos em tubos flexíveis de plástico). As etapas seguintes se executam dentro da lógica da montagem, com o cuidado de se alinhar perfeitamente as superfícies da cauda e a asa. O trem de pouso é feito com arame de 0,04 polegada de diâmetro e rodas de Du-Bro Mini Lite de 11/4 polegadas. Neste ponto você já pode fechar a fuselagem em cima e em baixo com chapa de balsa.

O primeiro passo da construção do capô: as laterais são de balsa leve de 3/16, fixadas provisoriamente com alfinetes; elas devem ser juntadas, primeiro, com cola branca aplicada pelo lado de fora; depois da cura desta cola, o capô é removido para ser reforçado no interior com cola de cianoacrilato; ao final, deve-se desbastar e lixar a peça para dar-lhe o formato apropriado

MONTAGEM DO CAPÔ

O capô é feito com peças de balsa leve de 3/16 e 1/8 de polegada. As fotos explicam o processo. Corte as laterais a partir das peças de 3/16 e as fixe com alfinetes no frente da fuselagem. Depois, adicione as partes de cima e de baixo, feitas com a balsa de 1/8. Até aqui, tudo é fixado no lugar com alfinetes. Não use CA neste estágio, pois as peças podem ficar permanentemente coladas na fuselagem. Em vez disso, use cola branca para juntar as partes do capô. Quando a cola terminar de curar, remova o capô em estado bruto e pingue CA por dentro. Neste ponto, comece a desbastar e a lixar o capô para que ele fique com a forma apropriada. É preciso fazer o buraco para a hélice na frente. O capô é intencionalmente maior do que a parede-de-fogo, tal como no PA-11 em escala cheia. A fixação na fuselagem é feita com dois pequenos parafusos de rosca soberba (um de cada lado). Se quiser reforçar os pontos de ancoragem desses parafusos, insira dois pequenos pedaços de madeira dura nas laterais da fuselagem, onde está a parede-de-fogo.

A bateria de 2 células de Li-Po FMA/Kokam 340 HD cabe certinho no compartimento atrás da parede-de-fogo e que se tem acesso por uma abertura feita na chapa de 1/16 do fundo. Como se pode ver na foto ao lado, a bateria é encaixada no compartimento. Quando o capô é colocado, ele cobre a parte da frente da bateria, que fica quase toda exposta para facilitar o acesso aos plugues de recarga.

MONTANTES DA ASA

Os dois montantes da asa são feitos com varetas de spruce de 1/16X3/16 e 1/16X1/8 de polegada. No vértice de cada uma das peças é colado com epóxi um pino de apoio feito de arame de 0,025. Os dois montantes podem ser pintados de amarelo com spray de esmalte sintético. O pino do vértice é, então, inserido em um bloquinho de madeira dura no fundo da fuselagem. Os dois apoios superiores são também feitos de arame, mas em forma de ganchos que se prendem pequenos parafusos nos bloquinhos de ancoragem na asa.

Esta é a hora para se aplicar o revestimento de plástico termoadesivo na fuselagem. O procedimento é o que for usual para o construtor.

PÁRA-BRISA E JANELAS

O material usado pode ser qualquer plástico totalmente transparente e relativamente fino para ficar pesado. A planta deste Piper trás os gabaritos para corte. É uma boa idéia usar a cola Formula 560, da Pacer, especial para esse tipo de aplicação. Ela fica praticamente transparente ao final da cura, que leva cerca de 12 horas.

O VÔO

O PA-11 foi originalmente projetado para vôo indoor. Ele pode voar em ambiente aberto, mas em condições de calmaria ou pouquíssimo vento. O CG fica perfeitamente posicionado com o equipamento descrito e instalado como mostramos neste artigo. O pequeno motor GWS LPS fornece potência mais do que suficiente para decolagens em pavimentos lisos.

O vôo é suave usando-se os seguintes ajustes: leme, 1,3cm para cada lado a partir da posição neutra; profundor, 0,3 a 0,4cm para cima e para baixo a partir do neutro. A apesar do pequeno diedro, o PA-11 se mantém em vôo estável e não tende a escorregar para baixo nas curvas.

Mas eu já estou no outro extremo: construí uma versão em 1/4 de escala do PA-11, com o mesmo esquema de cores, também para motor elétrico, pesando cerca de 6 quilos!

Enquanto isso, vocês podem baixar a planta do pequenino para irem se acostumando com esta mais-do-que-simpática versão do querido Piper!